Presidente da Colômbia visita cidade onde surgiram as Farc

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Leandra Felipe

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, visitou neste domingo a cidade de Marquetalia, onde surgiram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e pediu que a guerrilha abandone as armas e renuncie à violência.

“Aqui, onde as Farc nasceram há 47 anos, eu lhes envio uma mensagem: desmobilizem-se, deixem as armas e renunciem à violência e ao terrorismo”, disse Santos.

Esta foi a primeira vez em que um chefe de Estado visitou a região onde as Farc surgiram.

“Nós estamos prontos para dar-lhes uma oportunidade na vida civil”, afirmou o presidente em uma base militar.

Marquetalia fica no Departamento (Estado) de Tolima, no centro-oeste da Colômbia.

“Estou aqui hoje graças ao trabalho do Exército. Esse lugar é muito importante para as Farc e estar aqui significa que a política de Segurança Democrática tem conquistado resultados, ou seja, não existem mais regiões vedadas para a força pública”, disse o presidente.

Santos afirmou que a guerrilha das Farc está cada vez mais enfraquecida.

Segundo ele, neste último ano, cerca de 4.500 integrantes do grupo foram mortos, capturados ou desmobilizados.

A declaração do presidente foi feita depois que o diretor local da Cruz Vermelha Internacional, Christophe Beney, ter dito, em entrevista ao jornal El Tiempo, que acredita tanto o governo como as guerrilhas querem a paz.

“Estão criando um entorno favorável no governo, guerrilha e opinião pública para que a paz neste país possa ser conquistada pela via do diálogo e não pelas armas”, disse.

Fonte: BBC Brasil

Na ONU, Dilma alerta sobre crise e defende Estado palestino

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João Fellet

No primeiro discurso de uma mulher na abertura da Assembleia Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff cobrou nesta quarta-feira união dos países no combate à crise econômica internacional e “lamentou” ainda não poder saudar a presença de um Estado palestino nas Nações Unidas.

A presidente brasileira declarou que o mundo vive um “momento delicado e uma oportunidade histórica”, que pode derivar em “graves rupturas políticas e sociais sem precedentes” por conta da crise econômica.

“Ou nos unimos (para combatê-la) ou sairemos todos derrotados. A crise é série demais para ser administrada por poucos”, disse Dilma, pedindo ajustes fiscais nas nações afetadas por crises da dívida, combate ao protecionismo, e, em aparente referência à China, estímulo aos mercados internos de países superavitários e fim da guerra cambial – ou seja, de reduções artificiais do câmbio para beneficiar exportações.

“A reforma das instituições financeiras multilaterais deve prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes”, prosseguiu a presidente, repetindo uma cobrança brasileira por mais voz ativa em órgãos como o FMI.

A presidente também pleiteou mudanças no Conselho de Segurança da ONU, do qual o Brasil historicamente aspira se tornar membro permanente, com direito a veto. Para a presidente, o CS na forma como está perde “legitimidade”.

Ao dar as boas-vindas na ONU ao Sudão do Sul, nação oficialmente criada neste ano, Dilma disse que lamentava “ainda não poder saudar o ingresso da Palestina” no organismo multilateral.

“Acreditamos que chegou o momento de ter a Palestina (como Estado independente) e reconhecer seu direito legítimo à soberania”, declarou. “Só a Palestina livre poderá atender aos anseios de Israel por segurança.”

As declarações de Dilma ocorrem às vésperas da possível formalização do pedido da Autoridade Palestina pelo reconhecimento da ONU ao Estado palestino.

O pedido, a ser feito pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, durante a Assembleia Geral, enfrenta forte resistência de Israel e dos Estados Unidos, que prometem vetá-lo no Conselho de Segurança, alegando que a independência só pode vir com negociações com os israelenses.

Primavera Árabe

Dilma também saudou em seu discurso os protestos da Primavera Árabe, dizendo que o Brasil “se solidariza com a busca pela liberdade”.

Mas a presidente criticou interferências “com o uso da força” em países atravessando revoltas populares e repressão governamental – em nova mostra da oposição do governo brasileiro à ação militar da Otan (aliança militar ocidental) na Líbia, feita com base em uma resolução aprovada na ONU.

Na opinião de Dilma, “é preciso que as nações encontrem uma forma legítima de ajudar (os países em convulsão)”.

“Estamos convencidos de que o uso da força é a última alternativa. A busca pela paz não pode se limitar a intervenções em situações extremas”.

Por fim, Dilma também disse que tem “orgulho de viver um momento histórico” de ser a primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU – pronunciamento este que desde 1947 fica a cargo do presidente brasileiro.

“Sinto-me representando todas as mulheres”, declarou a presidente, dizendo que a voz feminina é “a voz da democracia e da igualdade”.

Fonte: BBC Brasil

O ocaso do MST

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Pedro Marcondes de Moura/ Fotos: Rafael Hupsel

O Movimento dos Sem-Terra é um arremedo do que foi. Está sem rumo e é incapaz de promover grandes assentamentos. O Brasil avançou e os novos líderes da organização acabaram isolados numa disputa por dinheiro público

Menos de 60 quilômetros separam três cenários distintos: o berço, o pal­co da consolidação e a demonstração definitiva da decadência atual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O primeiro cenário está à beira da rodovia RS-324. Um monumento de ferro retratando um casal de camponeses sinaliza o embrião mítico do MST no Rio Grande do Sul, a “Encruzilhada Natalino.” Ali, cerca de 600 famílias expulsas de uma reserva indígena mostraram, em 1981, o poder de resistência de um grupo organizado em prol da reforma agrária. Apesar da forte repressão, em pleno governo militar, eles não arredaram pé do acampamento. A poucos minutos da Encruzilhada ficam as terras que testemunharam a primeira grande prova de força do movimento, a fazenda Anoni, invadida, na chuvosa madrugada de 29 de outubro de 1985, por cerca de sete mil pessoas. A organização que cortou as cercas da propriedade ameaçava incendiar os campos brasileiros e despertava o medo nos latifundiários. É um sentimento muito diferente do que hoje pode ser experimentado em Sarandi, a pequena cidade vizinha da Anoni. Barracos abandonados e outros trancados com cadeados, mas também vazios, atestam a decadência do MST. Das 83 famílias teoricamente instaladas no acampamento, um quarto só aparece aos sábados, domingos e feriados. Durante os dias úteis, tocam suas vidas. Moram e trabalham nas zonas rurais e urbanas de cidades próximas. Para eles, a peleja pela terra virou uma atividade de fim de semana.

As estatísticas confirmam o declínio. Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que, em uma década, a quantidade de famílias acampadas sob a bandeira do MST diminuiu seis vezes de tamanho. Durante o governo Lula, a queda foi ainda maior: desabou de 32.738 famílias acampadas para 1.204, excluindo as fileiras comandadas por José Rainha, considerado “dissidente” pela cúpula nacional do MST. “O momento está difícil mesmo”, admite Laércio Barbosa, um dos dirigentes na região do Pontal do Paranapanema, no sudoeste paulista. “Não vemos sinal de desapropriações e assentamento por parte dos governos ou do Incra. Não tem jeito. Isso afasta as pessoas da luta mesmo”, diz ele. Barbosa deu essa entrevista em meio a um acampamento à beira de uma estrada vicinal de acesso a Sandovalina. Consta que ali estariam abrigadas 220 famílias. As lideranças dizem que 40% delas vão ao local apenas nos fins de semana. Mas, na verdade, foi impossível contar mais do que 80 pessoas no local.

Parte do encolhimento das fileiras do MST pode ser explicada pela situa­ção econômica do País. Viver anos a fio sob barracos de lona, à espera de um lote de terra, deixou de ser a única opção para uma legião de trabalhadores rurais. O Brasil cresceu, em média, 3,65% nos últimos dez anos. Novas oportunidades surgiram no campo e nas cidades. A poucos metros do marco da Encruzilhada Natalino, por exemplo, funcionam hoje duas grandes agroindústrias. Antes só havia por ali campos de soja e fazendas improdutivas que geravam contingentes de marginalizados. A luta pela conquista de um pedaço de terra, nos braços do MST, era a única perspectiva concreta de futuro. “Hoje a gente tenta mostrar que a crise está aí, fala da situação da Europa e dos Estados Unidos para provar isso, mas muitos só pensam no agora e desistem”, lamenta-se José Machado, coordenador do acampamento em Sarandi. “A luta é dura”, diz ele, que registrou 20 baixas entre seus comandados desde 2009. No Pontal do Paranapanema, os assentamentos também contabilizam dissidentes. Muitos deles estão entre os brasileiros que foram beneficiados pelo 1,8 milhão de empregos formais que o País gerou nos oito primeiros meses do ano. É o caso de Rodrigo Capatto Rodrigues, 30 anos, assentado na fazenda São Bento. Ele arrumou trabalho como auxiliar de serviços em uma escola pública na cidade de Mirante do Paranapanema e agora pode sustentar a mãe e o irmão caçula.

Principal alvo da fúria do MST, o setor agroindustrial também passou por um importante processo de modernização e hoje se tornou um dos pilares da geração de emprego. Com investimentos em técnicas e equipamentos, a produtividade das lavouras nacionais cresceu cerca de 150% nos últimos 35 anos. O MST certamente contribuiu em parte para este avanço, pois o medo de ver terras improdutivas desapropriadas funcionou como impulso para proprietários rurais mais reticentes e tradicionalistas. Na região do Pontal do Paranapanema, um dos principais redutos do MST, a mudança é eloquente. Fazendas que na década de 90 se destinavam a uma pecuária extensiva de pouco investimento deram lugar a canaviais integrados a uma sofisticada cadeia produtiva, que desemboca em grandes usinas. Apenas a ETH Bioenergia, produtora de etanol e açúcar, gera mais de três mil empregos com duas plantas nas cidades de Teodoro Sampaio e Mirante do Paranapanema. “No meu assentamento, dá para montar mais de dois times de futebol com a meninada que foi trabalhar na usina”, conta João Bosco Rodrigues. O filho dele, Irivan, 20 anos, é um dos beneficiados pelo novo ciclo produtivo da região.

Os programas sociais do governo federal, em especial o Bolsa Família, tiveram igualmente um papel relevante para afastar a população do campo do Movimento dos Sem Terra. O be­nefício pago mensalmente a pessoas em situação de miséria (cerca de 20% dos moradores da área rural do País) atacou um dos principais bolsões de captação de novos integrantes da organização. Além disso, a própria ideia da reforma agrária como panaceia do desenvolvimento econômico perdeu seu charme. Ela não integra sequer o principal projeto de erradicação da pobreza extrema do país, o Brasil Sem Miséria. O programa, concebido pela presidente Dilma Rousseff, aposta em regularizar, facilitar as linhas de crédito e melhorar a produtividade de terras já ocupadas. Não contempla investimentos para a ampliação do número de famílias assentadas.

Por todas essas razões, a imagem do MST sofre um sério desgaste na sociedade. Uma pesquisa do Ibope realizada no final de 2009 demonstra o descontentamento dos brasileiros com os rumos adotados pela organização. Mais de 70% dos entrevistados dizem que o Movimento dos Sem Terra prejudica a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social do País. Um cenário bem distinto daquele que embalou o ato de fundação do movimento em 1984, em Cascavel, no Paraná. “Naquele tempo, o MST tinha amplo apoio”, relembra Darci Maschio, um dos nomes da emblemática ocupação da Fazenda Anoni no Rio Grande do Sul. “No final da ditadura, a defesa da luta pela reforma agrária estava presente em quase todos os partidos. As pessoas abraçavam a causa. Hoje, você observa que o PT está no governo e essa questão saiu de pauta.”

O isolamento do MST é resultado direto das políticas escolhidas por seu comando. A relação do movimento com a Igreja Católica talvez seja o melhor exemplo disso. Desde o início, os padres tiveram um papel fundamental na organização e arregimentação dos sem-terra. Religiosos tratavam de amparar as famílias no mítico momento da Encruzilhada Natalino e estavam na linha de frente dos camponeses que romperam os arames da Fazenda Anoni. “Um povo que se emancipa e enfrenta o opressor para chegar à terra prometida” era o lema dessa ala chamada de “progressista”, como lembra o padre Arnildo Fritzen, 68 anos, um dos principais responsáveis pela formação de lideranças do MST no Rio Grande do Sul. Aos poucos, porém, os religiosos foram sendo deixados de lado no comando da organização. A separação ficou mais forte na década de 90, quando a Igreja Católica como um todo acabou se afastando dos movimentos populares, na esteira do declínio da Teologia da Libertação, que, anos antes, assanhava seus setores de esquerda.

A direção do movimento passou a apostar numa estrutura altamente hierarquizada, mesmo entre seus pares. Nos seus primórdios, o MST parecia uma assembleia permanente. Hoje, os acampados apenas colocam em prática as decisões tomadas em esferas superiores. Nos assentamentos do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, e também da região norte do Rio Grande do Sul, é evidente o fosso que separa o discurso dos dirigentes das práticas adotadas na vida real. É comum ver nessas áreas colonos que já conseguiram prosperar recrutando vizinhos para trabalhar como empregados, miseravelmente remunerados, em suas novas propriedades. Também se vê gente arrendando áreas para aumentar a produção – o que, antes, era denunciado como um pecado pelo MST. Isso sem contar os casos de compras irregulares de lotes de reforma agrária. Na grande vitrine da organização, a Fazenda Anoni, a comercialização das terras, proibida por lei, foi recentemente alvo de uma operação do Incra. Em 19 dos 412 lotes do assentamento, houve flagrantes de venda ilegal. No Pontal do Paranapanema, a negociação é feita sem pudor. Em Mirante do Paranapanema, pagando entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, adquirem-se terras de pessoas que ficaram anos embaixo de uma lona.

Durante mais de duas décadas de história, o MST passou por um processo de filtragem ideológica. Lideranças mais pragmáticas ou que divergiam da orientação de cunho stalinista, adotada pela cúpula, foram alijadas. Um caso emblemático é o de José Rainha. Responsável por levar o movimento no Pontal do Paranapanema às manchetes de jornal, ele acabou renegado, em 2007. Rainha foi acusado de não seguir as orientações do movimento e “apoiar candidatos que não eram identificados com a causa da organização”. Pouca gente, no entanto, fala abertamente sobre as divergências internas. Todos temem o poder do grupo dirigido por João Pedro Stédili. Não é à toa que o MST assistiu à criação de uma legião de siglas concorrentes. Essa trajetória levou a um forte enfraquecimento do movimento, situação confirmada por dados da CPT: o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra representa hoje apenas 33,6% dos acampados brasileiros.

Essa redução do poder de mobilização do movimento não se reflete, no entanto, no acesso a verbas públicas. Mesmo sendo uma organização social semiclandestina que nunca existiu no papel (para evitar a criminalização de seus membros), o MST criou dezenas de ONGs, associações e cooperativas com a finalidade de abrigar os seus líderes e captar dinheiro de prefeituras, Estados e da União. Até o seu site está hospedado em nome da Associação Nacional de Cooperação Agrícola. Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, os repasses triplicaram durante a gestão do presidente Lula. De R$ 73,3 milhões, em 2003, cresceram para R$ 282,6 milhões em 2010, embora, no mesmo período, o número de famílias acampadas sob a bandeira do movimento tenha desabado. Sem a aura e a força do passado, o MST sobrevive das verbas do Estado capitalista brasileiro.

Fonte: Istoé

As coisas voltam ao início

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Vladímir Sneguirev

O próximo outono marca o décimo aniversário do início da guerra norte-americana e de seus aliados contra o Talibã. Essa é uma hora oportuna para refletir se os líderes e comandantes militares ocidentais aprenderam as lições da presença armada da URSS no Afeganistão.

As duas campanhas têm muito em comum, mas também apresentam diferenças. A principal delas é que, em 1979, Moscou enviou suas divisões militares para proteger um regime amigo de forças hostis e evitar que o Afeganistão saísse de sua esfera de influência; as tropas ocidentais, por sua vez, estão comprometidas a destruir bases terroristas. O primeiro caso representou um episódio de confronto global entre o bloco socialista e praticamente o resto do mundo, um acontecimento que definiu o último momento da Guerra Fria. Já a presente guerra se trata de uma resposta da Casa Branca aos ataques de 11 de setembro.

 

Há 32 anos, quando os generais da União Soviética se viram em um país vizinho, nem sequer se preocuparam em providenciar alojamento básico para suas unidades. E por que deveriam? Supunha-se que iriam rapidamente derrotar os bandos das guerrilhas islâmicas com suas armas obsoletas e retornar para onde tinham permanentemente estacionado. Em pouco tempo, ficou claro que os barbudos mujahidin eram apenas a ponta do iceberg e que por trás deles havia recursos colossais dos Estados Unidos, Arábia Saudita, China, Paquistão, Egito, Israel e uma infinidade de outros Estados que aproveitaram ao máximo a oportunidade para declarar a União Soviética um “império do mal”, colocá-lo em uma longa guerra de atrito e, por fim, vencer a Guerra Fria.  Atualmente, a coalisão que está combatendo o Talibã e a Al-Qaeda tem, pelo contrário, o apoio de praticamente o mundo inteiro, inclusive da Federação Russa.

– A má interpretação de duas guerras distintas

Porém, quais são os traços comuns? Há 32 anos, assim que entraram em Cabul, as forças soviéticas começaram liquidando Hafizulla Amin, chefe da liderança afegã; Amin era suspeito de colaborar com a CIA. Babrak Karmal assumiu a posição e foi meticulosamente instruído pelo Kremlin sobre como governar o país “corretamente”.  A invasão dos EUA e da Otan também foi precedida pelo assassinato político de Ahmad Shah Massoud, o único afegão que naquela época tinha chances de se tornar um líder nacional genuíno. A história oficial é de que forças armadas próximas ao Talibã planejaram o crime, mas, ao conversar com pessoas instruídas em Cabul, percebe-se que poucas delas dão crédito a essa versão. Na verdade, Massoud tinha resistido por muito tempo e com sucesso aos ataques de radicais e era definitivamente considerado um de seus piores inimigos, mas todos sabem que ele jamais teria concordado em ver soldados estrangeiros em sua terra.

 

A verdade é que naquele momento Massoud não convinha a ninguém – nem aos norte-americanos nem ao “mulás”, e muito menos aos membros de seu círculo, que queriam apenas usufruir das recompensas da vitória da Jihad. O modo como o assassinato foi organizado e as evidências foram acobertadas mostra que profissionais sérios trabalharam no caso.  O Talibã? Não parece um trabalho deles.

 

Seja como for, os fatos depois prosseguiram no mesmo cenário: foi a Casa Branca que instalou Hamid Karzai no Palácio de Ark, antiga residência dos monarcas afegãos, e fez de tudo para torná-lo legítimo aos olhos de seus próprios cidadãos.

 

Os soviéticos, especialmente nos primeiros anos, impuseram ao Afeganistão suas próprias ideias de estrutura de Estado e vida pública. Os norte-americanos, com uma obstinação suicida, estão cometendo os mesmos erros, tentando em vão enxertar seus “valores democráticos” nos pachtuns, tadjiques, cazares e os outros habitantes das montanhas selvagens.

 

O aparecimento de unidades da Otan e da Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF, da sigla em inglês) no Afeganistão, assim como a invasão do “contingente soviético”, gerou um forte estímulo aos conflitos de guerrilha. Por mais estranho que possa parecer, quanto mais forças a coalisão acumulou do outro lado do rio Panj, pior se tornou a situação política e militar da região. Basta olhar as estatísticas de ataques terroristas, os números de vítimas e o mapa de territórios controlados por forças da oposição.

 

O Ocidente jamais irá alcançar a vitória no Afeganistão por meios exclusivamente militares.

 

Os russos também fracassaram, mas possivelmente atingiram muitas de suas metas: depois de a Rússia deixar o Afeganistão, o regime do presidente Najibulla permaneceu firme por mais três anos contra os ataques violentos dos mujahidin, que recebiam apoio do mundo islâmico e do Ocidente. O regime de Najibulla entrou em colapso logo depois da queda da URSS.

 

Em outras palavras, Moscou conseguiu concretizar aquilo que o Ocidente ainda tem que alcançar: criar um governo viável, para formar, armar e treinar o exército e a polícia, e, assim, assegurar o controle da maior parte do território do país. O fator Najibulla também deve ser levado em conta. Ele foi um governante forte, reconhecido pelas tribos independentes pachtuns e pelas minorias étnicas do norte do Afeganistão. Não é por acaso que eles gostariam de ter Najibulla de volta: ele seria um líder ideal para o Afeganistão nos dias de hoje. Quanto a Hamid Karzai, ainda não é possível afirmar se ele tem a mesma competência.

 

O preço pago por Moscou pelo seu sucesso é um assunto completamente diferente. Muitos acreditam que a guerra contra os mujahidin provocou um efeito paralisante na economia, enfraqueceu a confiança, diminui drasticamente o apoio ao regime soviético no mundo todo e, por fim, precipitou a queda do mundo comunista e da URSS. O preço é ainda grande demais para ser colocado de lado, mas a segurança de toda a civilização ocidental está em jogo.

 

Meus colegas estrangeiros me perguntam por que tantos afegãos, mesmo os antigos mujahidin, têm boas recordações dos russos e, ao mesmo tempo, não demonstram nenhum sentimento caloroso por aqueles que hoje arriscam suas vidas para defendê-los do Talibã e da Al-Qaeda. Eu acho que a resposta é óbvia. O segredo é que nós não apenas combatemos os fundamentalistas, mas investimos bilhões de dólares em vários projetos de construção. Quase tudo que o Afeganistão possui hoje – estradas, pontes, túneis, fazendas, escolas, elevadores de grãos, bairros residenciais – foram construídos por ou com assistência dos soviéticos. Dezenas de milhares de afegãos foram educados na Rússia e em outras repúblicas soviéticas. Tais coisas não são facilmente esquecidas. Hoje, esse é o único jeito de reverter a situação. Operações militares “cirúrgicas” devem ser acompanhadas de importantes projetos de infraestrutura que mudem a cara do país e a mentalidade de seu povo.

 

No início dos anos 90, era comum ouvir pessoas na Rússia dizendo que “mandar tropas para o Afeganistão era um erro trágico, mas deixá-las partir do país era um crime imperdoável”. A mensagem é que não tínhamos o direito de deixar a nação à mercê de extremistas . Ganhar aJihad acabou se tornando uma vitória de Pirro: caos, guerra civil e ainda mais vítimas, que culminaram com a tomada do poder pelo Talibã, transformando o Afeganistão no centro do terrorismo internacional. Há 25 anos, esse foi o resultado do conflito ou, se quiserem, a consequência lógica da Guerra Fria. Hoje o mundo é diferente. Mas o perigo não diminuiu.

Fonte: Gazeta Russa

Grã-Bretanha e França queriam que URSS impedisse unificação alemã, diz Gorbachev

Entrevista

O presidente francês François Mitterrand e a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher queriam impedir a reunificação alemã, em 1990, e sugeriram que a União Soviética enviasse tropas para evitar o processo, segundo afirmou o último líder soviético, Mikhail Gorbachev, em entrevista à BBC.

A reunificação do país, separado entre a capitalista Alemanha Ocidental e a comunista Alemanha Oriental desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi possível graças ao colapso dos regimes comunistas do Leste Europeu e da queda do muro de Berlim, em 1989.

Segundo analistas, esses eventos foram em grande parte consequência do processo iniciado pelas políticas de abertura promovidas por Gorbachev como presidente da União Soviética, entre 1985 e 1991.

O ex-líder soviético diz que ele também era contrário à reunificação alemã, mas que descobriu que Mitterrand e Thatcher contavam com ele para impedir o processo.

“Eles insistiram que a unificação não deveria seguir adiante e que o processo deveria ser interrompido”, afirma Gorbachev.

“Eu perguntei se eles tinham alguma sugestão. Eles só tinham uma – que outra pessoa deveria resolver o problema por eles”, diz.

Ele afirma que Mitterrand e Thatcher queriam que ele dissesse não à reunificação e que enviasse tropas, mas argumenta que não poderia ter feito isso.

“Isso seria irresponsável. Eles estavam equivocados”, diz.

Legado

Aos 78 anos, Gorbachev mantém a serenidade ao falar sobre o legado de seu mandato.

Ele observa que esperava um desfecho diferente para a sua política de abertura, mas que faria tudo outra vez da mesma forma.

A abertura que derrubou o muro de Berlim e os regimes comunistas do Leste Europeu culminou com o fim da própria União Soviética, em 1991.

Por essa razão, o período de Gorbachev à frente do Kremlin permanece altamente polêmico entre a maioria dos russos.

O ex-líder soviético argumenta que trouxe muitos benefícios para a Rússia, dos quais a população do país estaria se beneficiando até hoje – mais liberdade e um reordenamento das relações da Rússia com o mundo.

“Eu acho que 1989 foi uma mudança para melhor. Não há dúvidas sobre isso. Nós não tínhamos a liberdade necessária, particularmente a liberdade de expressão”, diz.

“Um dos países mais educados do mundo tinha eleições que – vamos colocar isso de maneira branda – não eram eleições de verdade, eram meias-eleições, porque as pessoas tinham a escolha de apenas um candidato”, diz.

Segundo ele, “muita coisa precisava ser feita naquela época”. “Precisávamos de mudanças”, diz.

Reconhecimento

Apesar do reconhecimento internacional, como o Prêmio Nobel da Paz que recebeu em 1990, na atual política russa Gorbachev tem um peso quase zero.

Ele também seleciona suas palavras com cuidado, elogiando o premiê Vladimir Putin pessoalmente como o homem que estabilizou o país, mas sem deixar dúvidas de que vê muitas coisas erradas na forma como o país é administrado.

Ele classifica a Rússia Unida, o partido dominante que apoia Putin e o presidente Dmitry Medvedev, como uma “cópia ruim” do antigo Partido Comunista da União Soviética.

E ele acredita que o que a Rússia precisa hoje é de mais democracia. “Precisamos transformar nosso país. Precisamos modernizar nosso país”, ele diz.

“Isso não pode ser feito por pressão. Só pode ser feito por meio da democracia, estabelecendo um ambiente livre e democrático com a participação do povo”, diz.

Ele deixa claro, porém, que acredita que isso é algo que os russos têm que resolver por conta própria, sem lições do mundo exterior.

O que ele faz questão de estabelecer é sua oposição às recentes sugestões de Putin de que estaria contemplando a possibilidade de retornar à Presidência, cargo que ocupou entre 2000 e 2008.

“Eu não gostei da frase ‘Eu vou sentar com o presidente e decidir’”, observa Gorbachev.

“Acho que isso deveria ser decidido pelos eleitores, pelo povo, e eu não o ouvi mencionar o povo. Não acho que isso seja correto”, afirma.

Fonte: BBC Brasil

D & P informa:  Esta entrevista foi publicada pela BBC em 21 e setembro de 2009.

CS da ONU revoga sanções contra 2 companhias de petróleo da Líbia

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NOVA YORK – O Conselho de Segurança das Nações Unidas revogou nesta sexta-feira as sanções contra duas companhias de petróleo da Líbia e afrouxou as restrições sobre quatro bancos, com objetivo de acelerar a recuperação do país da guerra civil que levou à queda do regime de Muamar Gadafi.

Por unanimidade, o Conselho de Segurança adotou uma resolução que descongela os ativos da Libyan National Oil Corporation e da Zueitina Oil Company. A medida também permite que o Banco Central da Líbia, o Banco Estrangeiro Líbio, a Autoridade de Investimento Líbia e a Carteira de Investimento Líbio-Africana a comprar ajuda humanitária, combustível, energia elétrica e apoiar os esforços para fortalecer o governo e a economia do país.

A resolução afrouxou o embargo de armas contra a Líbia – isso permitirá que a ONU e o Conselho Nacional de Transição (CNT)  levem armas leves ao país. E ainda revogou a proibição de todos os voos feitos por aviões líbios.

O Conselho de Segurança também estabeleceu uma missão para promover a recuperação econômica, restaurar a segurança pública e os serviços, proteger os direitos humanso e coordenar a entrega da ajuda internacional.

Fonte: Bloomberg via Valor

Brasil vota a favor de reconhecimento de governo interino líbio na ONU

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A representação do Brasil na ONU votou nesta sexta-feira a favor do reconhecimento do governo de transição da Líbia como representante oficial do país.

Com a medida, os integrantes do Conselho Nacional de Transição (CNT), criado por opositores do coronel Muamar Khadafi e que governa a Líbia interinamente, falarão em nome do país na Assembleia Geral da ONU, que será aberta na próxima semana.

Em agosto, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que já mantinha contatos informais com representantes do movimento contrário a Khadafi, embora não reconhecesse o CNT como governo líbio.

O reconhecimento do governo interino foi obtido na ONU por 114 votos a 17, a despeito da oposição de parte dos países da América Latina e da África, e permitirá que o presidente do CNT, Mustafa Abdul-Jalil, participe da Assembleia Geral, em Nova York.

Ainda nesta sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU suavizou diversas sanções contra a Líbia, incluindo as direcionadas à estatal de petróleo e ao Banco Central do país.

Formado por 15 países, o Conselho aprovou ainda, por unanimidade, uma resolução que estabelece uma missão de auxílio da ONU na Líbia.

Fonte: BBC Brasil

Assembleia Geral da ONU aprova que assento líbio seja de rebeldes

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A Assembleia Geral da ONU decidiu em votação nesta sexta-feira entregar o assento da Líbia no órgão para o CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes. Com isso, o Conselho dos insurgentes passa a ser reconhecido como representante do país.

A resolução foi aprovada por 114 votos a favor contra 17 contra. Houve 15 abstenções.

A União Africana e a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) pediram um adiamento da decisão para tentar impedir a transição do assento líbio aos rebeldes, mas a tentativa não deu certo.

COMBATES

O anúncio vem no mesmo dia em que as forças rebeldes líbias aceleram o avanço contra a cidade de Bani Walid, um dos últimos redutos leais a Muammar Gaddafi, com a intenção de ocupá-la, e contra Sirte, terra natal do ditador.

Em Sirte, terra natal de Gaddafi, intensos combates eram registrados com o avanço de centenas de combatentes insurgentes em três fronts, segundo relatos da emissora de TV Al Jazeera, que afirmou que os rebeldes haviam tomado o controle do aeroporto local.

Um repórter da Al Jazeera afirmou que os últimos relatos davam conta de que havia combates na cidade de Harrawa, que fez parte de negociações com comunidades tribais para que se rendesse pacificamente, o que não aconteceu.

A emissora americana de TV CNN relatou ainda que comboios de tropas rebeldes partiam para a cidade de Sabha, também reduto de Gaddafi, e regiões próximas como Birak e Qira, terra natal de um cunhado do ditador e do chefe de inteligência do regime, Abdullah Senussi.

Enquanto isso, alguns combates já aconteciam em Sabha, ocorrendo a morte de dois soldados insurgentes e a captura de nove membros das tropas de Gaddafi, de acordo com o rebelde Abdelssalam Khamis. 22 pessoas se feriram.

Fonte: Folha

EUA alertam cidadãos americanos a deixarem a Síria imediatamente

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WASHINGTON – Os EUA recomendaram fortemente aos americanos para que façam planos imediatos para deixarem a Síria, que há meses vem sendo sacudida por protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad. O Departamento de Estado americano alertou que o sentimento anti-estrangeiro está crescendo no país.

“O Departamento de Estado insta os cidadãos americanos na Síria a partirem imediatamente enquanto os meios de transportes comerciais estão disponíveis”, segundo nota divulgada pelo governo.

“Considerando a incerteza em curso e a volatilidade da situação atual, os cidadãos americanos que precisam permanecer na Síria são aconselhados a limitar viagens não essenciais dentro do país. Os cidadãos americanos que não estão na Síria devem evitar qualquer viagem ao país neste momento”, diz a nota.

“Os esforços da Síria em atribuir a atual revolta civil a influências externas têm levado a um aumento no sentimento anti-estrangeiro”, segundo o Departamento de Estado.

O alerta divulgado nesta terça-feira reforça outro emitido pelo governo em 5 de agosto, que fazia o mesmo apelo para que os americanos deixassem a Síria imediatamente. Desde então, os EUA anunciaram sanções unilaterais contra a Síria no dia 18 de agosto.

Fonte: Valor Econômico

Pedido de reconhecimento na ONU divide palestinos

 

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Guila Flint

A decisão do presidente palestino, Mahmoud Abbas, de pedir, na semana que vem, o reconhecimento da ONU ao Estado Palestino no território definido pelas fronteiras anteriores à guerra de 1967, é criticada por setores importantes da sociedade palestina, tanto nos territórios ocupados como na diáspora.

Entre os oponentes principais ao plano de Abbas se encontram as correntes políticas religiosas, especialmente o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e também correntes políticas seculares nacionalistas.

O Hamas, que assinou há 5 meses um acordo de reconciliação com o Fatah, grupo liderado por Abbas, critica a decisão do presidente palestino, mas, pelo menos em pronunciamentos públicos, evita atacar frontalmente o partido governista.

Ismail Raduan, um dos lideres do Hamas, afirmou que “o mais importante é defender a união nacional” mas destacou que o Fatah e o Hamas discordam sobre a estratégia que o povo palestino deve adotar.

O porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza, Sami Abu Zuhri, declarou que o pedido de reconhecimento é uma medida “exclusivamente simbólica, da qual o povo palestino não obterá resultado algum, exceto uma bandeira hasteada no prédio da ONU”.

De acordo com o porta-voz, o reconhecimento da ONU “não obrigará Israel a se retirar de um centímetro sequer da terra da Palestina”.

Abu Zuhri também afirmou que, ao tomar essa decisão, o Fatah “não levou em consideração a posição do Hamas”.

De acordo com a carta de princípios do Hamas, todo o território da Palestina histórica, do mar Mediterrâneo até o rio Jordão, incluindo o território israelense anterior à guerra de 1967, é “terra islâmica”.

Movido por uma ideologia religiosa o Hamas não reconhece a existência de Israel em qualquer parte do território.

Há outros grupos religiosos, menores que o Hamas, e que atuam nos territórios palestinos, como o Jihad Islâmico e grupos salafistas identificados com a Al-Qaeda, que também negam a existência de Israel e se opõem ao plano de dois Estados defendido pelo Fatah e pela Organização de Libertação da Palestina.

Esquerda

Já para grupos seculares palestinos, mais associados com o lado esquerdo do mapa político, o pedido que Abbas irá dirigir à ONU significa o “abandono” dos palestinos que moram em campos de refugiados nos países árabes e daqueles que são cidadãos israelenses, “conferindo legitimidade à ocupação da Palestina até 1967”.

Tanto os oponentes seculares como os religiosos foram contra os acordos de Oslo, assinados em 1993 pelo líder palestino Yasser Arafat e pelo primeiro-ministro de Israel Itzhak Rabin, argumentando que Arafat estaria fazendo concessões altas demais para Israel e “se contentando” com apenas 22% da área da Palestina histórica, ou seja – a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.

Entre os oponentes seculares de Abbas estão a Frente Popular de Libertação da Palestina e a Frente Democrática, além de diversas organizações baseadas tanto nos territórios palestinos como no exterior.

Uma dessas organizações é o Movimento Jovem Palestino (PYM, na sigla em inglês), que integra jovens palestinos locais e das diversas diásporas.

Em um comunicado criticando a decisão de pedir o reconhecimento da ONU, o PYM acusa o presidente Abbas de “despolitizar a luta pela Palestina, separando-a de seu contexto histórico colonial”.

Para os membros do PYM, Abbas está tentando “impor uma paz falsa e normalizar as relações com o regime colonial”.

Segundo o PYM, essa tentativa de “normalização” por parte da liderança do Fatah, levou os palestinos “a abrir mão de partes crescentes de nossa terra e dos direitos e aspirações de nosso povo”.

Líderes do Fatah defendem a decisão de pedir o reconhecimento da ONU argumentando que a medida é necessária devido à “teimosia” de Israel.

“Israel não quer paz ou qualquer tipo de negociação séria e eficaz”, afirmou Zakaria El Ara, membro do comitê central do Fatah.

O presidente Abbas e a liderança do Fatah e da OLP defendem uma posição considerada de realpolitik.

“Estamos indo para as Nações Unidas. A OLP decidiu se dirigir à comunidade internacional para promover os objetivos nacionais de nosso povo e proteger a perspectiva de paz frente à agressão de Israel”, afirmou o principal negociador palestino, Saeb Erekat.

Fonte: BBC Brasil