Brasil poderá comprar aviões russos de quinta geração

Pelo menos mil caças de quinta geração serão construídos até 2050 no âmbito do programa russo-indiano de aeronaves, disse nesta quinta-feira à Agência RIA-Novosti o diretor do Centro de Análise do Comércio Internacional de Material de Guerra (CACIMG), Igor Korotchenko. Segundo o responsável, a Força Aérea Russa poderá precisar de 200 a 250 caças.

Conforme disse recentemente o comandante da Força Aérea Russa, coronel-general Aleksandr Zélin, a primeira parcela de caças de quinta geração chegará à tropa entre 2014 e 2015.

De acordo com as declarações de altos funcionários do ministério da defesa indiano, a Índia pretende comprar cerca de 250 aeronaves russas. Atualmente estão sendo testadas duas aeronaves e outros dois protótipos devem ser submetidos a testes até ao final do ano, segundo disse o presidente da Corporação Unificada de Construção Aeronáutica.

O CACIMG cita como compradores em potencial da versão de exportação do caça de quinta geração a Argélia (no período entre 2025 e 2030), a Argentina (entre 2035 e 2040), o Brasil (entre 2030 e 2035), a Venezuela (entre 2027 e 2032), o Vietnã (entre 2030 e 2035), a Indonésia (entre 2028 e 2032) e o Irã (entre 2035 e 2040, caso seja levantado o embargo à venda de armas a esse país). Na mesma relação estão o Cazaquistão (entre 2025 e 2035), a China (em determinadas condições, entre 2025 e 2035), a Malásia (entre 2035 e 2040) e a Síria (entre 2025 e 2030).

O volume total da encomenda de caças é estimado pelo CACIMG entre 274 e 388 aeronaves. “O mapa de exportação de aeronaves russo-indianas poderá ser muito mais amplo caso sejam feitos acordos de venda com países da Comunidade de Estados Independentes (CEI)”, disse Igor Korotchenko.

Fonte: Gazeta Russa


AIEA preocupada com possível dimensão militar do programa iraniano

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está cada vez mais preocupada com a eventual dimensão militar do programa nuclear iraniano, alvo de uma intensa controvérsia entre os ocidentais e a República Islâmica, segundo um relatório obtido nesta sexta-feira pela AFP.

A agência expressa neste documento uma crescente inquietação com a possível existência no Irã de “atividades nucleares não declaradas, passadas ou presentes, nas quais estão envolvidas organizações militares”, segundo o documento.

Isto também envolve “atividades relacionadas ao desenvolvimento de uma carga nuclear para um míssil, em relação as quais a agência continua sem receber informações” por parte do Irã.

A AIEA investiga há oito anos o programa iraniano sem poder determinar se é puramente pacífico, como alega o Irã, ou se tem pretensões militares.

Em uma carta de 23 de junho de 2011 dirigida ao chefe do programa nuclear iraniano. Fereydun Abbassi Davani, o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, reiterou seu pedido para que o Irã cumpra com todas as suas obrigações “para estabelecer uma confiança em nível internacional no caráter exclusivamente pacífico de seu programa”.

A AIEA reúne seu conselho de governadores de 12 a 16 de setembro em Viena.

Fonte: AFP

FAB expulsa soldados por encontro em quartel que teve morte de jovem

Monique foi baleada durante encontro com militares em quartel no Recife.
Após investigação sobre o caso, Aeronáutica decidiu desligar soldados.

A Aeronáutica expulsou nesta sexta-feira (2) os três soldados que participaram de um encontro com três mulheres dentro do hotel de trânsito do Parque de Material Aeronáutico (PAMA) na zona sul de Recife em 7 de agosto.

Durante o encontro, dentro de um quartel da FAB, a jovem Monique Valéria de Miranda Costa, de 20 anos, morreu atingida por um tiro de uma pistola 9mm que estava em posse dos militares.

Segundo a Força Aérea, os três soldados responderam a um Inquérito Policial Militar (IPM), que concluiu que eles deveriam ser desligados da FAB por interesses da corporação.

Na época do crime, a FAB divulgou em nota ter aberto um inquérito para apurar as circunstâncias do caso e como as mulheres ingressaram irregularmente no quartel.

Os três soldados tinham mais de dois anos de serviço militar e o contrato deles poderia ser renovado ou não, a critério da FAB.

Os militares e outras duas mulheres que participaram do encontro estão em liberdade e respondem por homicídio e fraude processual, por terem tentado manipular a cena do crime.

Cena do crime
Segundo o delegado Igor Tenório Leite, que investigou o caso, o grupo tentou forjar o socorro à vítima quando já saberia que ela estava morta. “Eles tentaram limpar o sangue da vítima. O objetivo era fazer parecer que a morte dela tivesse ocorrido em outro lugar, fora do espaço militar. Eles mudaram a cena do crime”, disse Leite.

Ainda segundo o delegado, as duas mulheres disseram em depoimento que um dos militares teria informado para elas que arrumaria novas munições deflagradas para tentar burlar os exames periciais. “As duas jovens disseram que um dos militares falou que arrumaria nas novas munições para colocar na arma do crime.” Dois dos três militares que participaram do encontro estavam armados de pistolas 9mm, mas apenas uma das armas estava municiada e carregada.

Leite afirmou ainda que o grupo já sabia que Monique estava morta quando retiraram o corpo dela do parque aeronáutico. “Eles tentaram mascarar a cena do crime para enganar a investigação”, disse o delegado.  A Polícia Civil divulgou imagens das garotas segurando as armas dos militares que foram feitas por celular de uma delas no dia em que o encontro ocorreu.

Em depoimento à polícia, familiares da vítima teriam informado que as fotos estavam no celular de Monique.

Fonte: G1

Brasil ocupa espaço deixado pelos EUA na América do Sul, diz Economist

O Brasil tem ocupado o espaço deixado pelos Estados Unidos na América do Sul, diz artigo publicado nesta sexta-feira na revista britânica The Economist, embora os americanos mantenham “influência e interesse vital na região”.

O texto analisa as relações entre os Estados Unidos e a América Latina e conclui que a política americana para a região tem sido prejudicada pelas disputas domésticas no Congresso americano e aberto espaço para outros atores. “O Brasil com frequência tem maior peso em grande parte da América do Sul”, diz.

O texto lembra que no início do mandato, o presidente Barack Obama prometeu “uma nova era de parceria” entre as Américas. Mas o fato de Obama ter de lidar com “outras prioridades, tanto no exterior quanto em casa, e eventos na região, como o golpe de Honduras (…), reavivaram velhos debates”, diz a Economist.

A revista menciona que em julho, a oposição republicana suspendeu o financiamento dos EUA para a OEA (Organização dos Estados Americanos). “Os conservadores não gostaram (da atitude) do secretário-geral da OEA, o social-democrata chileno José Miguel Insulza”.

Inzulza irritou os americanos por suspender Honduras da OEA logo após a derrubada do presidente Manuel Zelaya e por defender a volta de Cuba à organização. Embora a OEA “não inspire muita confiança em Washington”, trata-se do único grupo que inclui os EUA, enquanto outros exclusivamente latinos proliferaram nos últimos anos.

Mudança

A Economist também cita os TLCs (tratados de livre comércio) firmados entre os EUA com a Colômbia e o Panamá, que aguardam aprovação do Congresso americano. “Assuntos que importam muito à América Latina – drogras, migração, comércio e Cuba – são hoje determinadas pela política doméstica” dos EUA, diz.

A insatisfação ficou explícita na declaração do presidente do México, Felipe Calderón, que disse que os EUA também eram “responsáveis” pelo atentado de narcotraficantes que deixou 52 mortos em um cassino no país. O governo mexicano cobrou dos vizinhos maior controle no comércio de armas.

“Enquanto os EUA são restringidos por disputas domésticas, a América Latina está mudando rapidamente. Uma década de crescimento econômico, comércio pulsante com a China, democracias mais fortes e o advento de governos de centro-esquerda têm ajudado a fazer a região mais assertiva”, diz.

“Em nenhum lugar isso é mais verdadeiro que no Brasil”, diz a Economist, ressaltando, no entanto, a relação “distante e desconfiada” entre os dois países, citando a tentativa fracassado de Brasília de mediar a crise nuclear do Irã (sem apoio americano). A boa relação de Obama com Dilma Rousseff, no entanto, pode “construir laços mais estreitos” entre ambos, diz a revista.

Fonte: BBC Brasil

Exército dos EUA passa por mudanças e esgotamento após 11/9

Envolvidas em dois conflitos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, as Forças Armadas americanas experimentaram mutação radical sob pressão da guerrilha para a qual não estavam preparadas e, apesar do enorme aumento do orçamento, mostram-se esgotadas, depois de 10 anos de guerra.

Perseguição a combatentes inimigos, invasão do Iraque, luta contra as rebeliões iraquianas e os talibãs: os Estados Unidos ingressaram em uma nova era depois dos ataques contra as Torres Gêmeas de Nova York.

A potência militar americana age primeiro, aplainando o terreno: o regime talibã foi derrotado em um mês, o de Saddam Hussein, em três semanas. Mas, rapidamente, os militares americanos passaram a enfrentar o combate mais letal: uma insurreição.

As Forças Armadas americanas do começo do século XXI esqueceram-se das lições do Vietnã, transformando-se em militares essencialmente concebidos para enfrentar um conflito convencional.

Os Estados Unidos cometeram o erro de atribuir “uma confiança exagerada à eficácia da alta tecnologia ante a rusticidade do inimigo”, comentou o ex-embaixador James Dobbins.

“Em 2002, os efetivos americanos no Afeganistão ascendiam a cerca de 10.000 e, em setembro de 2003, os planos do Pentágono para o Iraque previam a mobilização de 30.000 homens”, segundo este especialista do centro de reflexão Rand. Não se tratava, então, de lançar-se à missão de reconstrução do país (“nation building”).

Os americanos precisaram voltar a aprender, em meio à dor, a combater uma insurreição simultaneamente com a repressão ao extremismo, com a ajuda de serviços de inteligência cada vez mais militarizados e uma nova arma: os drones (aviões não tripulados).

Dez anos depois do 11 de setembro, 100.000 homens estão mobilizados no Afeganistão e cerca de 50.000, no Iraque. Os gastos são consideráveis e as perdas humanas, não menos.

Desde 2001 a guerra contra o terrorismo e as operações no Afeganistão e Iraque custaram 1,283 trilhão de dólares, segundo informe do Serviço de Investigações do Congresso (CRS).

Mais de 6.000 militares americanos perderam a vida e mais de 45.000 ficaram feridos. Os gastos médicos com os ex-combatentes podem chegar a um trilhão de dólares nos próximos 40 anos, segundo estudo da Universidade de Brown.

Dois terços do 1,25 milhão de veteranos, com destinos diversos no Iraque e no Afeganistão, sofrem feridas invisíveis como a síndrome do estresse pós-traumático, além de passarem por diversos problemas psicológicos. O número de suicidas bate recordes.

E tudo isto com que resultados? O orçamento do Pentágono, certamente, duplicou; o número de navios e submarinos teve uma redução de 10%; o mesmo acontecendo com de esquadrões de caças e bombardeiros, que passou para a metade do número anterior.

Ocupados nas arenas do Iraque e nas montanhas do Afeganistão, os militares americanos “não tiveram tempo para treinar” numa guerra convencional, estimou Lawrence Korb, especialista do Center for American Progress. “Inevitavelmente, a situação terá que voltar a um equilíbrio quando forem concluídas estas campanhas”, opinou por sua vez Stephen Biddle, do Council on Foreign Relations.

Mais grave ainda, as Forças Armadas se desgastaram, segundo ele: “Há um ponto de ruptura e se tornaram uma instituição extremamente fatigada”. O ex-secretario de Defesa, Robert Gates, parece ter compreendido. Em fevereiro, poucos meses antes de renunciar, advertia: “qualquer futuro secretário de Defesa que aconselhe o presidente a enviar uma importante força armada à Ásia, ao Oriente Médio ou à África deve fazer, antes, um exame na cabeça”, disse.

Fonte: AFP via defesanet


Em documento, PT recusa ‘faxina’ de Dilma e pede reforma contra corrupção

Partido abre seu 4º Congresso, no qual apresentará resolução que evidencia incômodo com demissões promovidas nos ministérios sob suspeitas de irregularidades e desvios.

Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Em uma resolução política de 24 páginas, o PT não conseguiu esconder o incômodo com a chamada “faxina” promovida pelo governo da presidente Dilma Rousseff, que derrubou quatro ministros em dois meses e 12 dias. Sob o argumento de que a oposição, apoiada por uma “conspiração midiática”, quer dissolver a base parlamentar do governo, o documento que guiará os debates do 4.º Congresso do PT – desta sexta-feira, 2, a domingo, 4, em Brasília – não faz rodeios. A recomendação é para o partido repelir as “manobras” para promover a “criminalização generalizada” da base aliada.

O texto, obtido pelo Estado, diz que o núcleo de combate à corrupção reside na reforma política e do Estado. Não tece críticas à conduta de Dilma, mas faz questão de defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citando as medidas tomadas por ele para o “combate implacável” à corrupção. Nos bastidores, petistas temem que ações de Dilma acabem carimbando o governo Lula como “corrupto”, já que todos os demitidos foram herdados da gestão passada.

O PT atribui a turbulência no governo, provocada pelas demissões na Esplanada e em repartições dos Transporte e da Agricultura, à oposição “e a seus aliados na mídia conservadora”. Para a cúpula petista, é mais do que necessário discutir no Congresso o marco regulatório da comunicação social.

“A oposição, apoiada – ou dirigida – pela conspiração midiática que tentou derrubar o presidente Lula, apresenta-se agora liderando uma campanha de ‘apoio’ à presidente Dilma, para que esta faça uma “faxina” no governo”, diz o texto.

Na sequencia, o documento constata que políticos “sem credibilidade”, e “omissos” no combate à corrupção em seus próprios Estados, tentam agora “dissolver a base parlamentar do governo Dilma”, a fim de bloquear suas iniciativas.

Com sinal verde da Executiva Nacional do PT, reunida na quinta-feira, 1º, o texto ainda poderá sofrer emendas e mudanças no Congresso petista, amanhã. O encontro, a ser aberto nesta sexta com festa por Dilma e Lula, foi convocado para reformar o estatuto do PT.

Fonte: Estadão

Uma opinião: Continua a manobra petista para blindar o ex-presidente Lula.

Pelo Voto Distrital no Brasil

Artigo originalmente publicado na Folha de SP em 27/08/11, por Felipe Salto e José Emygdio de Carvalho Neto:

Somos contrários à proposta de reforma do sistema eleitoral do deputado Henrique Fontana (PT-RS), pois, se aprovada, pioraria os já conhecidos problemas de nosso sistema eleitoral. Segundo a proposta, o eleitor votaria duas vezes.

O primeiro voto seria computado como hoje; no segundo voto, em lista, o eleitor perderia o direito de eleger diretamente seus candidatos. Mas quem escolheria essa lista? Os caciques dos partidos.

A proposta não parece ser produto de estudos de sistemas eleitorais, mas de uma tentativa de acomodação de interesses.

Nossa proposta é bastante distinta e com objetivos bem claros.

Vemos no voto distrital uma poderosa ferramenta para reduzir o custo das campanhas eleitorais e motivar uma maior fiscalização por parte do eleitor sobre o trabalho do político. A sociedade tem se mostrado propensa a esse debate. Tal propensão ao “novo”, como temos chamado, é o que se vê no movimento #EuVotoDistrital.

O sistema eleitoral proporcional, que é o atualmente empregado no Brasil, permite que votemos em candidatos a deputados federal, estadual e a vereador, mas também em suas legendas, se desejarmos.

Extremamente confusa, a mudança para proporcional misto só pioraria um sistema em que já é difícil entender como nosso voto contribui para eleger representantes.

Com o voto distrital, seria fácil entender os caminhos do voto, e o custo de acompanhar o processo eleitoral, pela facilidade do sistema (o mais votado em dois turnos ganha no distrito), seria bem menor.

Na prática, o eleitor precisaria acompanhar apenas um representante. Também o eleito teria incentivos para lutar pelas demandas do distrito, aproximando representante e representado.

Pelo lado dos custos das campanhas, os candidatos não teriam que percorrer todo o Estado, mas apenas uma região muito menor (o distrito), de modo que a demanda por financiamento cairia, segundo alguns estudos, de 50% a 70%.

Como funcionaria o sistema distrital (ou majoritário)? O país todo seria dividido em distritos -áreas com limitações geográficas parecidas e número similar de eleitores – de acordo com o número atual de deputados a que cada Estado tem direito. São Paulo, por exemplo, continuaria a eleger 70 representantes para a Câmara (70 distritos, sendo um por distrito).

Aliás, estamos às vésperas das eleições municipais. Por que não alterar nosso sistema eleitoral para a escolha dos próximos vereadores? Funcionaria como no caso dos deputados federais. Isto é, o eleitor escolheria seu representante distrital como se fosse o vereador do bairro (ou regiões que englobariam alguns bairros).

A sociedade quer e busca a mudança. Ela se organiza para isso. Diretas-Já, Ficha Limpa e tantos outros exemplos. Resta-nos potencializar a força que emana desse novo poder, dessa força pela mudança e pela Política (com “P” maiúsculo).

Eis a inflexão que queremos ver na política nacional -fruto de uma nova postura, que é a expressão do desejo de construir um país melhor.

É essa a causa que guarda e defende o movimento livre, apartidário, que surgiu da sociedade civil e que nesse momento angaria assinaturas – o #EuVotoDistrital (www.euvotodistrital.org.br).

Milhares de cidadãos de todos os Estados do Brasil já se apresentaram para essa mudança. Agora, buscamos seu apoio para que o Congresso seja compelido a realizar a verdadeira reforma política e, acima de tudo, para que façamos da nova política que queremos ver a próxima grande mudança liderada pela sociedade em benefício da democracia no Brasil!

FELIPE SALTO, economista pela EESP/FGV-SP e mestrando em administração pública e governo também pela FGV, é analista da Tendências Consultoria e cofundador do Instituto Tellus.

JOSÉ EMYGDIO DE CARVALHO NETO, formado pela FGV em administração pública e graduado pela Universidade Georgetown (EUA) em seu Global Leadership Program, é cofundador do Instituto Tellus e coordenador de mobilização do Centro de Liderança Pública. Ambos são membros do movimento #EuVotoDistrital.

Fonte: Blog #Eu Voto Distrital